domingo, 30 de outubro de 2011

Fotonovela i Fotoromanzi


Piero Leri e Michela Roc

O sofrimento dos personagens da literatura, em forma esquemática e dramática nas
expressões excessivas dos close-ups, que, para PANOFSK, p. 321, “ao nos mostrar, o rostos do que fala ou dos que ouvem, ou ambos alternadamente, a câmara transforma a fisionomia humana num imenso campo de ação onde – conforme as qualificações dos intérpretes – cada movimento sutil das feições, quase imperceptível a uma distância natural se transforma num acontecimento expessivo no espaço visível...”, estimulavam o envolvimentos nos angústias dos mesmos atores que se
travestiam de novas personas num desfile infinito de perucas, cenários, maquiagens, locações exóticas que eram puro encantamento.

Porém, segundo HABERT, p. 135, a exposição clara e redudante, as transformações dos acontecimentos em formas A-históricas tornam o personagem e o público na
recepção, um ser perdido num vasto mundo, rigorosamente ordenado e com uma única saída: a realização do amor. As soluções são sempre sentimentos.

Por isso a fotonovela nos parece um fenômeno de comunicação de massa
dos mais típicos. Envolve o indivíduo com o apelo dos sentimentos básicos
e fornece-lhe, ao mesmo tempo, um mundo equilibrado e sem conflito. As
buscas de identificação dos leitores, às vezes acrescentada de elementos
eróticos e de violência, mas controlados de maneira a mais racional e
apresentado para consumo sob forma de um ritual. (HABERT, p. 136)

As revistas de fotonovelas apresentavam uma mistura de elementos como amor,
beleza, casamento, sexo e lazer em matérias sobre a forma de imaginário, de conselhos úteis ou de informação. Dos anos 1960, da descoberta do alfabeto pelo autor, da leitura enebriante dos fotoromances, das sensações da juventude e dos primeiros contatos com o universo da comunicação, como ciência, as revistas sentimentais desapareceram das bancas brasileiras ao final dos anos 1970, pois na concorrência com a programação televisiva a sociedade optou por produto brasileiro, de sedução, mais uma vez inspirado no cinema e nos folhetins, que reune imagem e movimento: a telenovela, produto de exportação da indústria cultural brasileira.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Miss Universo 2011 - Universidade Salgado de Oliveira - Juiz de Fora


Prof. Robson Terra, Miss Universo Adriana Lima e Giselle Mualer, gestora do curso de Estética da Universo- Juiz de Fora

Miss Universo 2011 - Universidade Salgado de Oliveira - Juiz de Fora


Prof. Robson Terra, Monice Carvalho, Adrina Lima e Libni Costa

Miss Universo 2011 - Universidade Salgado de Oliveira



Prof. Robson Terra, a Miss Universo, Adriana Lima e a gestora do curso de Estética Giselle Mauler

Miss Universo 2011 - Universidade Salgado de Oliveira


Adriana Lima, do 3º período de Estética, foi eleita a Miss UNIVERSO/Juiz de Fora 2011. Ela ainda foi aclamada a mais bela concorrente da noite pelo voto popular. O concurso aconteceu na noite da última quinta-feira encerrando o I Simpósio de Estética. O segundo lugar ficou com a aluna Monice de Oliveira e Líbni Tosta conquistou o terceiro lugar. Nathália Lacerda foi eleita a Miss Simpatia.

O evento mobilizou todos os cursos. Quando o apresentador e produtor do espetáculo Robson Terra deu início ao concurso, os alunos encheram os corredores acompanhando de perto o desfile das concorrentes. O júri foi formado pela colunista do jornal TER Notícias, Rose Almeida, pelo radialista da Rádio Solar, Maurício Oliveira, pelo colunista do site acessa.com, Jorge Júnior, pela assistente de comunicação da UNIVERSO/Juiz de Fora, Fernanda Mello, aluno de Jornalismo, Vinícius Ribeiro, e a cineasta Ruyara Pianta, prof. Paulo Morse, que deu nome ao troféu.

A ideia de eleger a Miss UNIVERSO nasceu da turma do oitavo período de Comunicação Social, representada no júri por Vinícius Ribeiro. Mas o projeto foi desenvolvido pela turma do 4º período de Estética N1 como verificação de trabalho da disciplina “Eventos, cerimoniais e etiqueta”. As alunas cuidaram da pré-produção, produção e desprodução do evento. O resultado foi um sucesso. “Além do aspecto didático, o grande mérito foi das 45 alunas dessa turma, que se dividiram para cumprir a tarefa”, avalia o professor Robson Terra, comemorando a repercussão do trabalho junto à comunidade acadêmica. E para a próxima edição, o objetivo é ter uma representante de cada curso.

domingo, 23 de outubro de 2011

Fotonovela: melodrama de papel


Franco Andrei e Gabriela Desi Farinon

Do cinema para a fotonovela o leitor/espectador contruía um mundo do qual ele
participava e com o qual se identificava, o da diegese.Do prolongamento das sensações do vivido nas histórias, além da porteira o sítio que poderia ser aberta a qualquer momento para dar caminho aos atores/personagens dos fotoromances.

No cotidiano de livros ausentes, as revistas que representavam a ponte com o futuro e progresso a chamada multiplicação pura e simples promoveu o contato com os clássicos da litertura mundial adaptados em fotonovelas. Porém, “mais que simplesmente traduzido da linguagem do romance para a linguagem do filme, ele é adaptado para o grande público, isto é, “vulgarizado”, conforme MORIN, p. 45. Clássicos como “Os Irmãos Karamazov” de Dostoiesvski, “Manon Lescout” de A. Prevost, “O Conde Monte Cristo” , “Romeu e Julieta” de Willian Shakespeare, “Os miseráveis” de Victor Hugo. Consideradas como pretensões literárias as fotonovelas influenciaram os imaginários europeu e latino com as adaptações ou simplificações como classifica Morin:

"Os processos elementares de vulgarização são: simplificação, modernização
maniqueização, atualização(...)Esquematização de intriga, redução do número
de personagens, redução dos caracteresa uma psicologia clara, eliminação do
que poderia ser dificilmente inteligível para a massa dos espectadores(para o
“spectador médio ideal”. (MORIN, p.45)

As análises célebres de Edgar Morin são perfeitamente esclarecedoras e justas: a cultura de massa, desde os anos 1920 e 1930, funcionou como agente de aceleração do declínio dos valores tradicionalistas e rigoristas, desagregou as formas de comportamentos herdadas do passado propondo novos ideais, novos estilos de vida fundados na realização íntima.

sábado, 22 de outubro de 2011

Fotonovela: melodrama de papel


No interior a fotonovela criava um imaginário de consumo fácil e de caráter evasivo, onde predominavam os aspectos mágicos. Além da hipnose, HABERT alerta que “a fotonovela e as revistas têm a função de transmitir padrões urbanos e integrar seus leitores no novo mundo, no mundo do consumo. Elas recriam um imaginário urbano, sem necessariamente criar um próprio”. Era o que o menimo precisava para voar do mundo excessivamente cômodo da infância para as perspectivas de vida além das montanhas, da grota onde visitava a família paterna.

O ambiente melancólico, solitário e sombrio da zona rural ampliava a sensação de estar só no mundo, vasto mundo que as fotonovelas traziam em referência de vida social e emotiva além das montanhas da grota, onde estava localizado o “Sítio dos Pintos”. Existia um mundo além do horizonte habitado por artistas, como Michela Roc, Jean Mary Carletto, Rossela D'Aquino, Maria Giovannini, Germano Longo, Olga Solibelli, Sandro Moretti, Milena Vanni e Luciano Francioli, Franco Angeli, Franco Dani, Roberto Mura, Solvi Stubing, Evi Farinelli e Gabriela Desi Farinon, atores italianos que a cada semana se revesam nas histórias de amores impossíveis, intrigas conflitos e finais sempre felizes. Para HABERT, p. 153, “o tema maior é o amor. E os aspectos existenciais são diluídos. A insistência no cotidiano,
principalmente através da linguagem fotográfica, desenvolve um mundo semelhante ao que existe, mas artificial”. Através das imagens possíveis estava a certeza daquelas que estariam por vir. Na próxima semana com um novo exemplar. Havia o tempo do presente e do futuro.

Foto: Raimondo Magni e Nadia Marlowa

O universo diegético do cinema foi transferido para o fotoromanzo.



A revista filme, sem movimento, mas de igual intensidade de emoção estimula a diegese no leitor sonhador. A diegese é concebida como o significado longíquo do filme considerado em bloco(o que ele conta e tudo que isso supõe) a instância diegética é o signifcado da narrativa. A diegese é a instância representada no filme,
ou seja, o conjunto da denotação fílmica: a própria narrativa , mas
também o tempo e o espaço ficcionais implicados na e por meio da narrativa, e com isso as personagens, a paisagem, os acontecimentos
e outros elementos narrativos, porquanto sejam considerados em seu
estado denotado.

domingo, 16 de outubro de 2011

Páginas rasgadas do passado: fotonovelas



Ao ler uma revista você procura alguma emoção. Reconhecer algo ou alguém na chamada identificação. A vida inteira os meios de comunicação ajudaram a entender o lugar do homem no existir. Hoje a internet rouba preciosos minutos de convivência familiar e com amigos. McLuhan, cientista da informação, disse que os veículos comunicação promovem profundas modificações sociais e psicológicas. Justifica-se assim a paixão pelo jornal, revistas, rádio, cinema, TV, internet e o mundo perturbado....

Desde menino foi criado num caixote de revistas na casa de vovó. Para Thompson a informação faz a ponte para o futuro constituído pela família e os
estímulos ao jovem romântico e sensibilizado pelos meios de comunicação, de modo especial a história da família pode dar ao indivíduo um forte sentimento de duração muito maior de vida pessoal, que pode ir além de sua própria morte.

Perseguido pelas imagens, anos depois, era preciso promover o encontro do menino e leitor com o pesquisador da comunicação para entender e revelar como a indústria cultural busca nas teorias psicológicas, de comportamento e de sedução, a presa fácil. Não há dúvida alguma que isso deve contribuir para uma reconstrução mais realista do passado, pois como um mendigo da evasão ele vagava pelas ruas da cidadezinha esperando encontrar um caixote mágico cheio de revistas ou na vigília diária, no ponto de ônibus da praça principal da cidadezinha, para investigar quem, ao desembarcar, trazia uma revista nas mãos. Magicamente, para não amassar, elas estavam sempre nas mãos de quem comprou, nunca dentro das bolsas.


Dias depois como um detetive atencioso ele batia na porta da casa do alvo (o comprador) e perguntava: “Não tem alguma revista para emprestar para minha mãe?” Ela não sabia de nada mas como professora era o aval para garantia de devolução e cuidado. As revistas eram socializadas entre os leitores do cotidiano livre e onde tudo estava por fazer. Até as obrigações escolares. As habilidades para o contato advinham da espera de recompensa do prazer em abrir mais um mundo imaginário tornado real através das revistas. A emoção de ler o novo folhetim era como se estivesse no reino da liberdade. De devaneio ou evasão que Lipovestsky cita “entre os sociológos como Larzasfeld ou Berton e mais ainda entre os filósofos como Marcuse ou Debord, a cultura de evasão tornou-se um novo ópio do povo encarregado de fazer esquecer a miséria e a monotonia da vida cotidiana. Em resposta à alienação generalizada, o imaginário industrial atordoante e recreativo”. Ih, sobrou para o rádio, TV. jornal e internet.

A viagem no universo da fantasia sentimental das revistas começa no ritual de estar bem acomodado, deitado ou confortavelmente instalado no quartinho em cama de colchão de palha e embevecer com as capas sedutoras e mágicas, com modelos sorridentes e cenas do cotidiano que o bom Roland Barthes, no texto “Mensagem fotográfica” sentencia: "Às vezes também a palavra pode até contradizer a imagem de maneira a produzir uma conotação compensatória e Gerbner mostrou que em capas de revistas sentimentais a mensagem verbal das manchetes da capa de conteúdo sombrio e angustiante acompanhava sempre a imagem de uma garota sorridente e radiosa; as duas mensagens entram aqui em compromisso, a conotação tem função reguladora, preserva o jogo irracional da projeção-identificação.

Hoje ele coleciona revistas de fotonovelas e outras como um guardião da memória. Posta fragmentos de memórias para amigos da internet no Brasil e nos quatro cantos do mundo. Sua casa é o mesmo caixote de ilusões...

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Rosanna Galli e Dario Michaelis

Sergfio Raimondi e Milena Vanni

Michela Roc e Franco Dani

Luciano marin e Mimma di Terlizzi

Lena Von Martens

Andrea Giordana

Fotonovela i Fotoromanzi

A articulação narrativa da fotonovela é semelhante à da banda desenhada: um
fotograma que apresenta um plano da acção acompanhado do texto verbal que
reproduz o discurso das personagens, funcionando também como legenda ou resumo.
O encadeamento da acção é lógico e cronológico, utilizando-se muitas vezes o recurso
à elipse. A acção é, muitas das vezes, arrastada ao longo de vários números de uma
revista o que aproxima a fotonovela do romance-folhetim do séc. XIX e do folhetim
radiofônico. O narrador desempenha um papel importante na fotonovela uma vez que,
para além de elucidar o leitor sobre a acção, enuncia também juízos de valor, ilações de teor moral, justificações sobre o comportamento das personagens e controla a acção,retardando-a e alongando-a. A linguagem utilizada nas fotonovelas é, normalmente redundante e expositiva para evitar a possibilidade de dúvidas ou conflito.Relativamente à fotografia nem sempre as fotonovelas possuem grande qualidade uma vez que a preocupação do consumo rápido e imediato das revistas e a preocupação do lucro fácil sobrepõem-se a uma maior noção artística. Os planos e os enquadramentos utilizados nas fotografias são quase sempre retirados do cinema.
(http://www.fcsh.unl.pt/edtl/verbetes/F/fotonovela.htm)

Rossanna Rossanigo

Fotoromanzi: Paola Pitti e Franco Dani


Acervo Johan Mele (Noruega)

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Fotonovela espanhola: Violetas Imperiais

Solidão, 1956

Jean Mary Carletto e Gabriela Desi Farinon

Rosanna Galli

Adriana Rame e Rick Helmut

Ursula Andrews em Capricho, 200,1968

Capricho, anos 50

Maria Teresa Orsini

Rosalba Grotesi

Rosalba Grotesi

Michela Roc e Pierre Clemente

Três contra o Destino: Jean Mary Carletto, Rossella D'Aquino e Lamberto Antinori

Fotonovela: amor Selvagem, com Gaia Germani

Paolo Carlini e Lyla Rocco