domingo, 23 de outubro de 2011

Fotonovela: melodrama de papel


Franco Andrei e Gabriela Desi Farinon

Do cinema para a fotonovela o leitor/espectador contruía um mundo do qual ele
participava e com o qual se identificava, o da diegese.Do prolongamento das sensações do vivido nas histórias, além da porteira o sítio que poderia ser aberta a qualquer momento para dar caminho aos atores/personagens dos fotoromances.

No cotidiano de livros ausentes, as revistas que representavam a ponte com o futuro e progresso a chamada multiplicação pura e simples promoveu o contato com os clássicos da litertura mundial adaptados em fotonovelas. Porém, “mais que simplesmente traduzido da linguagem do romance para a linguagem do filme, ele é adaptado para o grande público, isto é, “vulgarizado”, conforme MORIN, p. 45. Clássicos como “Os Irmãos Karamazov” de Dostoiesvski, “Manon Lescout” de A. Prevost, “O Conde Monte Cristo” , “Romeu e Julieta” de Willian Shakespeare, “Os miseráveis” de Victor Hugo. Consideradas como pretensões literárias as fotonovelas influenciaram os imaginários europeu e latino com as adaptações ou simplificações como classifica Morin:

"Os processos elementares de vulgarização são: simplificação, modernização
maniqueização, atualização(...)Esquematização de intriga, redução do número
de personagens, redução dos caracteresa uma psicologia clara, eliminação do
que poderia ser dificilmente inteligível para a massa dos espectadores(para o
“spectador médio ideal”. (MORIN, p.45)

As análises célebres de Edgar Morin são perfeitamente esclarecedoras e justas: a cultura de massa, desde os anos 1920 e 1930, funcionou como agente de aceleração do declínio dos valores tradicionalistas e rigoristas, desagregou as formas de comportamentos herdadas do passado propondo novos ideais, novos estilos de vida fundados na realização íntima.

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