sábado, 22 de outubro de 2011

Fotonovela: melodrama de papel


No interior a fotonovela criava um imaginário de consumo fácil e de caráter evasivo, onde predominavam os aspectos mágicos. Além da hipnose, HABERT alerta que “a fotonovela e as revistas têm a função de transmitir padrões urbanos e integrar seus leitores no novo mundo, no mundo do consumo. Elas recriam um imaginário urbano, sem necessariamente criar um próprio”. Era o que o menimo precisava para voar do mundo excessivamente cômodo da infância para as perspectivas de vida além das montanhas, da grota onde visitava a família paterna.

O ambiente melancólico, solitário e sombrio da zona rural ampliava a sensação de estar só no mundo, vasto mundo que as fotonovelas traziam em referência de vida social e emotiva além das montanhas da grota, onde estava localizado o “Sítio dos Pintos”. Existia um mundo além do horizonte habitado por artistas, como Michela Roc, Jean Mary Carletto, Rossela D'Aquino, Maria Giovannini, Germano Longo, Olga Solibelli, Sandro Moretti, Milena Vanni e Luciano Francioli, Franco Angeli, Franco Dani, Roberto Mura, Solvi Stubing, Evi Farinelli e Gabriela Desi Farinon, atores italianos que a cada semana se revesam nas histórias de amores impossíveis, intrigas conflitos e finais sempre felizes. Para HABERT, p. 153, “o tema maior é o amor. E os aspectos existenciais são diluídos. A insistência no cotidiano,
principalmente através da linguagem fotográfica, desenvolve um mundo semelhante ao que existe, mas artificial”. Através das imagens possíveis estava a certeza daquelas que estariam por vir. Na próxima semana com um novo exemplar. Havia o tempo do presente e do futuro.

Foto: Raimondo Magni e Nadia Marlowa

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