segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

                                       A prosa de Ary Barroso e Walt Disney...no céu

A cidade de Ubá, em Minas Gerais, deve mais reverências e homenagens ao gênio da música brasileira. Precisa celebrar as tintas da aquarela de Ary (ou Ari? ) Barroso como dos melhores compositores brasileiros na linhagem de Lamartine Babo, Braguinha, Sílvio Caldas, Dorival Caymmi e outros. O estudo da obra poderia ser projeto pedagógico das escolas ou faculdades da cidade. Um busto na Praça Guido é pouco. A antológica Aquarela do Brasil foi o hino nacional para exportação, mereceu centenas de gravações diferentes e até Walt Disney lançou suas composições no filme Alô, amigos (1942). Em arte o que é bom fica. Eterniza. Cristaliza. Tal como a Disneylândia eu transformaria Ubá, que passou da manga ao móvel, em uma Arylândia, como está fazendo Miraí (MG) com o craque Ataulfo Alves.

Psicografei conversa de Ary com Disney, no andar de cima, e o mago dos desenhos disse que o trânsito confuso das cidades brasileiras já tinha sido previsto por ele nos anos 1950 quando o puro personagem Pateta encarnando o personagem Sr. Willers enlouquece nas ruas da cidade. “Eu já sabia – diz Disney - em plena década de 50, que o trânsito era capaz de transformar o mais pacato cidadão num raivoso e mal educado motorista. Tanto que criei um desenho célebre do doce Pateta antecipando isso. Nele o pacato Senhor Walker (Senhor Pedestre) se transforma no diabólico Senhor Wheeler (Senhor Motorista) ao assumir o volante. Assista o episódio que está na internet, outra mágica inventada no século passado, http://www.youtube.com/watch?v=RMZ3bsrtJZ0&feature=player_embedded.
Ary (seria com y ou com i?) com cara de poucos amigos, sorri, toca a sua gaitinha, diz que é artista, não burocrata, que sua obra foi o Maracanã, no Rio de Janeiro. Está desencantado com a política e falta de tempo para pensar no assunto pois lá no céu tem programas de rádio, de televisão, shows, composições, piano e torcer pelo Flamengo. Acende um cigarro com um de seus quatrocentos isqueiros, classificados como “os de pobre, os de rico e os ornamentais”. E debocha: “quase todos negam fogo”. De coração mole, mole lembra de tia Ritinha que o obrigava a estudar duas horas de piano diárias e de quando amarrou o rabo de um cavalo à corda do sino de uma igreja...Disney quer saber como surgiu a Aquarela, ele conta que como o Mickey, nasceu em vinte minutos, numa noite de calor e temporal. Quando saiu do piano mostrou a letra a um parente que disse: “Não gostei desse coqueiro que dá côco”._ Deixa pra lá. Que queria você que o coqueiro desse? ...Eu cá pensei: o cunhado queria, manga?!

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